quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Praia do Flamengo 132, nada será como antes


Em evento com a participação do presidente Lula, governador Sérgio Cabral, arquiteto Oscar Niemeyer, além de diversas autoridades, UNE e UBES comemoram o lançamento da pedra fundamental que reerguerá seu prédio na zona sul do Rio



A funcionária pública Maria Arlinda de Castro, 68 anos, moradora da Praia Flamengo no Rio há mais de 40, ajeitava-se na grade de proteção montada em frente ao número 132, na tarde dessa segunda-feira, 20 de dezembro. Ao seu lado, chegavam centenas de curiosos, vendedores ambulantes, turistas e outras pessoas cuja atenção se prendia no enorme painel de 18 metros de comprimento e 6 de altura, montado em frente ao endereço e onde se impõe uma foto do ex- lider estudantil e presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) Honestino Guimarães, um dos muitos desaparecidos políticos da ditadura militar.

Muita gente não entendia ainda a movimentação e alguns burburinhos davam conta da visita do presidente da republica mais positivamente aprovado desde a redemocratização: “Lula vem aí”, ouvia-se. No entanto, a maioria não sabia o que aconteceria dentro daquele terreno, que por muitos anos abrigou somente um estacionamento. Dona Maria Arlinda sabia. No dia primeiro de abril de 1964, ao voltar do trabalho por volta das 19h, ela percebeu que o trânsito estava interrompido. Descendo a pé e caminhando em direção ao número 132, viu o prédio da UNE e da UBES pegando fogo, destruído pela ditadura militar recém- instalada no país: “Foi muito triste e chocante”, relata.

Depois disso, dona Maria Arlinda testemunhou todo o período de perseguições da ditadura, acompanhou a proclamação do AI-5, viu pessoalmente a sede dos estudantes ser demolido em 1980, acompanhou a redemocratização do país em 1985, votou cinco vezes em Lula para presidente e, nessa tarde, retornou ao endereço numero 132 para vê-lo inaugurar as obras que reconstruirão o prédio da UNE e da UBES. De acordo com o projeto de lei 12.260, de 21 de junho de 2010, aprovada por unanimidade no Congresso Nacional, o Estado Brasileiro reconhece a responsabilidade pelo incêndio e demolição da casa dos estudantes, investindo agora em sua reparação.

Chegadas

Em frente ao terreno e por suas imediações, onde o trânsito estava interrompido e diversos carros de reportagem se amontoavam, balões ornamentavam a entrada e capacetes de construção da UNE e UBES eram distribuídos aos convidados. Entre ele muitos e emocionados ex-presidentes das duas entidades como José Frejat (1950), Aldo Arantes (1961) Jean Marc Von der Weid (1969), Wadson Ribeiro (1999), Gustavo Petta (2003 e 2005), Orlando Silva (1995), Lindberg Farias (1992), Thiago Franco (2006), Marcelo Gavião (2004), além de um dos fundadores da UNE, Irum Santana e da ex-esposa de outro, Francisca Talarico, que foi casada com José Gomes Talarico, falecido no início de dezembro. Francisca foi homenageada no evento e recebeu uma placa.

O clima de confraternização entre as gerações é brevemente interrompido com a chegada do arquiteto Oscar Niemeyer, que completou 103 anos de vida recentemente. Erguem-se as mãos de todos em aplausos ou empunhando câmeras e celulares para registrar uma imagem do homem que desenhou Brasília e que, também, generosamente cunhou o projeto da nova sede da UNE e UBES no local.

A agitação na Praia do Flamengo, 132 já era completa quando chegou o presidente Lula, acompanhado de sete ministros, do governador do estado do Rio Sérgio Cabral, do prefeito da capital Eduardo Paes, de deputados e senadores, além de outras autoridades. Aos poucos, as pessoas foram se ajeitando dentro do terreno, entre elas Dona Maria Arlinda. O escritor Arthur Poerner, talvez o maior conhecedor da história do movimento estudantil brasileiro, lembrou-se de outra visita de Lula ao local em 2008 e cochichou uma importante observação “É a primeira vez na história do Brasil que um presidente visita, duas vezes, a sede da UNE”.

Dia histórico
Se ainda havia alguém no local ainda não contaminado pela palpitação de um dia histórico, foi obrigado a render-se com a exibição de um vídeo contando a história do movimento estudantil e da sede na Praia do Flamengo. O telão homenageou jovens como Helenira Rezende e Honestino Guimarães, enquanto o público gritava “presente” a cada nova foto mostrada. Ao final da exibição, e ainda antes do presidente da UNE Augusto Chagas dizer as primeiras palavras, o coro da platéia já tomava conta de todo espaço: “A nossa história ninguém apaga, UNE e UBES de volta para casa”.

Augusto comemorou a presença de tantos personagens históricos do movimento estudantil no evento: “Essa platéia é a cara da UNE, com toda amplitude de idéias e pessoas que fazem a nossa luta por todos esses anos”. O presidente da UNE ressaltou, sob aplausos, que o projeto de lei que permitiu a indenização para reconstrução da sede não foi questionado por nenhum parlamentar de nenhum partido político. Dirigindo-se a Lula, afirmou: “Alguns não entendem a nossa relação presidente, confundem com subserviência, mas nós sabemos muito bem que essa reparação não representa favor ou agrado de ninguém, isso é justiça e nós reconhecemos a sua grandeza por ser sensível a isso”.

O presidente da UBES, Yann Evancovick fez questão de homenagear aqueles que tombaram e perderam suas vidas na esperança de retornar à Praia do Flamengo 132: “Quando este prédio se reerguer, se erguerão juntos os sonhos daqueles que por aqui passaram, que lutaram por esse momento que agora vivemos”. Lembrou também que a reconstrução da sede irá revigorar as lutas do movimento estudantil no próximo período. “Quero inclusive te convidar, presidente Lula, para a nossa jornada de manifestações no mês de março, por bandeira como 10%
do PIB e 50% do Fundo Social do Pré-Sal para a educação brasileira”.


Lula e os estudantes
Antes de tomar a palavra, Lula vestiu o capacete da UNE e inaugurou a pedra fundamental do novo prédio e conheceu a nova maquete do projeto. Assim que começou a falar, fez questão de render efusivos elogios a Oscar Niemeyer, aplaudido de pé por todos os presentes: “Niemeyer é motivo de orgulho para todos nós e uma lição àqueles, muito mais novos, que às vezes se mostram indispostos ou cansados para ir a uma passeata, uma assembléia ou outra atividade importante”, disse o presidente.


Muito à vontade, Lula também ressaltou que a relação de seu governo com os estudantes não envolveu complacência de nenhum dos lados: “O que fizemos foi um pacto para criar uma pequena revolução na educação desse país”, afirmou, referindo-se depois a programas como o Prouni e o Reuni, amplamente discutidos com o movimento estudantil e que permitiram a entrada de milhões de jovens nas universidades brasileiras. “Nenhuma decisão do nosso governo foi tomada sem consultar vocês”.

O presidente também deixou sua homenageou os jovens que perderam suas vidas durante o período da ditadura militar: “Precisamos aprender, na verdade, que quando um companheiro tomba, ele precisa nos inspirar a continuar lutando, ser a marca da nossa luta ate conseguirmos. O que vocês estão conquistando hoje é muito mais do que um espaço para uma sede, o que se ganha aqui hoje é um espaço para consolidar a democracia no Brasil”.

Em tom de despedida, o presidente finalizou: “Aproveitando que este é meu ultimo pronunciamento para os estudantes brasileiros, queria dizer que foi uma grande honra estar ao lado de vocês. Vou carregar uma lembrança extraordinária disso tudo até o ultimo dia da minha vida”.

Nada será como antes
Encerrada a atividade, depois que o presidente desceu do palco e conseguiu vencer, carinhosa e pacientemente, a avalanche de abraços, beijos e outros afetos do público, a Praia do Flamengo podia, enfim, começar a voltar à normalidade. A empresa de trânsito liberava as pistas, as equipes de reportagem retornavam as redações para produzir as matérias, as autoridades deixavam o local nos carros oficiais. Alguns ex-presidentes da UNE, amigos e apoiadores estenderam a comemoração no Boteco da Praia, que fica logo ao lado do terreno, até a meia noite.

No entanto, quando a noite realmente caiu, o que sobrou de tudo foi apenas o gigantesco painel de Honestino Guimarães em frente ao número 132. Muitos que passam pelo local agora devem estar se perguntando o que representa aquela bela foto de um jovem, de punhos erguidos, indiscutivelmente convicto, com um semblante forte e positivo.

A resposta está lá dentro do terreno, grafada no texto da pedra fundamental que foi inaugurada:

“O poder imaculado dos jovens
o traço de Oscar Niemeyer
e a rebeldia desta pedra
dizem que a casa dos sonhos invencíveis
nunca será derrubada

Em memória a todos que fazem parte desta história
Rio de Janeiro, 20 de dezembro de 2010”


A casa dos sonhos inesquecíveis
Quarenta e seis anos depois, hoje é o dia em que marcamos a pedra fundamental das obras para reerguer essas paredes e reabrir as portas e janelas da chamada “casa do poder jovem”.

Mais um capítulo se encerra para que outro se inicie, mais uma demonstração da vitalidade da juventude brasileira. Aqui, neste histórico pedaço de chão no Rio de Janeiro, começa a reforma da “casa da resistência democrática”.

A aprovação por unanimidade no Congresso Nacional do projeto de lei 22.260/ 2010 reconheceu corajosamente a dívida do estado brasileiro com seus estudantes durante um regime de exceção que ousou vencer a primavera, ceifando-lhe as flores.

No entanto, os sonhos daqui nunca saíram. Foram invencíveis. Não há como deter a alvorada, por mais escura que seja a noite. Em breve, os traços de Oscar Niemeyer darão vida a uma conquista de gerações.

Agradecemos a vocação democrática do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, personagem fundamental em todo esse processo sempre acreditando na volta definitiva da UNE e da UBES para o seu lar, na Praia do Flamengo, 132.

Mãos a obra!

Da Redação

Do Blog da UJS Ceará

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Leia a íntegra do 1º pronunciamento da presidente eleita Dilma

Poucas horas depois de ser anunciada vencedora das eleições presidenciais de 2010l, Dilma Rousseff fez um firme e emocionado pronunciamento público, em defesa da continuidade do governo Lula. “Agradeço muito especialmente ao presidente Lula. Ter a honra de seu apoio, ter o privilégio de sua convivência, ter aprendido com sua imensa sabedoria, são coisas que se guarda para a vida toda”, declarou.

Segundo Dilma, “passada a eleição, agora é hora de trabalho. Passado o debate de projetos, agora é hora de união. União pela educação, união pelo desenvolvimento, união pelo país. Junto comigo foram eleitos novos governadores, deputados, senadores. Ao parabenizá-los, convido a todos, independente de cor partidária, para uma ação determinada pelo futuro de nosso país”.

Confira abaixo a íntegra do pronunciamento de Dilma:

Minhas amigas e meus amigos de todo o Brasil,

É imensa a minha alegria de estar aqui.

Recebi hoje de milhões de brasileiras e brasileiros a missão mais importante de minha vida.

Este fato, para além de minha pessoa, é uma demonstração do avanço democrático do nosso país: pela primeira vez uma mulher presidirá o Brasil. Já registro portanto aqui meu primeiro compromisso após a eleição: honrar as mulheres brasileiras, para que este fato, até hoje inédito, se transforme num evento natural. E que ele possa se repetir e se ampliar nas empresas, nas instituições civis, nas entidades representativas de toda nossa sociedade.

A igualdade de oportunidades para homens e mulheres é um principio essencial da democracia. Gostaria muito que os pais e mães de meninas olhassem hoje nos olhos delas, e lhes dissessem: SIM, a mulher pode!

Minha alegria é ainda maior pelo fato de que a presença de uma mulher na presidência da República se dá pelo caminho sagrado do voto, da decisão democrática do eleitor, do exercício mais elevado da cidadania. Por isso, registro aqui outro compromisso com meu país:

Valorizar a democracia em toda sua dimensão, desde o direito de opinião e expressão até os direitos essenciais da alimentação, do emprego e da renda, da moradia digna e da paz social.

Zelarei pela mais ampla e irrestrita liberdade de imprensa. Zelarei pela mais ampla liberdade religiosa e de culto. Zelarei pela observação criteriosa e permanente dos direitos humanos tão claramente consagrados em nossa constituição. Zelarei, enfim, pela nossa Constituição, dever maior da presidência da República.

Nesta longa jornada que me trouxe aqui pude falar e visitar todas as nossas regiões. O que mais me deu esperanças foi a capacidade imensa do nosso povo, de agarrar uma oportunidade, por mais singela que seja, e com ela construir um mundo melhor para sua família.

É simplesmente incrível a capacidade de criar e empreender do nosso povo. Por isso, reforço aqui meu compromisso fundamental: a erradicação da miséria e a criação de oportunidades para todos os brasileiros e brasileiras.

Ressalto, entretanto, que esta ambiciosa meta não será realizada pela vontade do governo. Ela é um chamado à nação, aos empresários, às igrejas, às entidades civis, às universidades, à imprensa, aos governadores, aos prefeitos e a todas as pessoas de bem.

Não podemos descansar enquanto houver brasileiros com fome, enquanto houver famílias morando nas ruas, enquanto crianças pobres estiverem abandonadas à própria sorte.

A erradicação da miséria nos próximos anos é, assim, uma meta que assumo, mas para a qual peço humildemente o apoio de todos que possam ajudar o país no trabalho de superar esse abismo que ainda nos separa de ser uma nação desenvolvida.

O Brasil é uma terra generosa e sempre devolverá em dobro cada semente que for plantada com mão amorosa e olhar para o futuro.

Minha convicção de assumir a meta de erradicar a miséria vem, não de uma certeza teórica, mas da experiência viva do nosso governo, no qual uma imensa mobilidade social se realizou, tornando hoje possível um sonho que sempre pareceu impossível.

Reconheço que teremos um duro trabalho para qualificar o nosso desenvolvimento econômico. Essa nova era de prosperidade criada pela genialidade do presidente Lula e pela força do povo e de nossos empreendedores encontra seu momento de maior potencial numa época em que a economia das grandes nações se encontra abalada.

No curto prazo, não contaremos com a pujança das economias desenvolvidas para impulsionar nosso crescimento. Por isso, se tornam ainda mais importantes nossas próprias políticas, nosso próprio mercado, nossa própria poupança e nossas próprias decisões econômicas.

Longe de dizer, com isso, que pretendamos fechar o país ao mundo. Muito ao contrário, continuaremos propugnando pela ampla abertura das relações comerciais e pelo fim do protecionismo dos países ricos, que impede as nações pobres de realizar plenamente suas vocações.

Mas é preciso reconhecer que teremos grandes responsabilidades num mundo que enfrenta ainda os efeitos de uma crise financeira de grandes proporções e que se socorre de mecanismos nem sempre adequados, nem sempre equilibrados, para a retomada do crescimento.

É preciso, no plano multilateral, estabelecer regras mais claras e mais cuidadosas para a retomada dos mercados de financiamento, limitando a alavancagem e a especulação desmedida, que aumentam a volatilidade dos capitais e das moedas. Atuaremos firmemente nos fóruns internacionais com este objetivo.

Cuidaremos de nossa economia com toda responsabilidade. O povo brasileiro não aceita mais a inflação como solução irresponsável para eventuais desequilíbrios. O povo brasileiro não aceita que governos gastem acima do que seja sustentável.

Por isso, faremos todos os esforços pela melhoria da qualidade do gasto público, pela simplificação e atenuação da tributação e pela qualificação dos serviços públicos. Mas recusamos as visões de ajustes que recaem sobre os programas sociais, os serviços essenciais à população e os necessários investimentos.

Sim, buscaremos o desenvolvimento de longo prazo, a taxas elevadas, social e ambientalmente sustentáveis. Para isso zelaremos pela poupança pública. Zelaremos pela meritocracia no funcionalismo e pela excelência do serviço público. Zelarei pelo aperfeiçoamento de todos os mecanismos que liberem a capacidade empreendedora de nosso empresariado e de nosso povo.

Valorizarei o Micro Empreendedor Individual, para formalizar milhões de negócios individuais ou familiares, ampliarei os limites do Supersimples e construirei modernos mecanismos de aperfeiçoamento econômico, como fez nosso governo na construção civil, no setor elétrico, na lei de recuperação de empresas, entre outros.

As agências reguladoras terão todo respaldo para atuar com determinação e autonomia, voltadas para a promoção da inovação, da saudável concorrência e da efetividade dos setores regulados.

Apresentaremos sempre com clareza nossos planos de ação governamental. Levaremos ao debate público as grandes questões nacionais. Trataremos sempre com transparência nossas metas, nossos resultados, nossas dificuldades. Mas acima de tudo quero reafirmar nosso compromisso com a estabilidade da economia e das regras econômicas, dos contratos firmados e das conquistas estabelecidas.

Trataremos os recursos provenientes de nossas riquezas sempre com pensamento de longo prazo. Por isso trabalharei no Congresso pela aprovação do Fundo Social do Pré-Sal. Por meio dele queremos realizar muitos de nossos objetivos sociais. Recusaremos o gasto efêmero que deixa para as futuras gerações apenas as dívidas e a desesperança.

O Fundo Social é mecanismo de poupança de longo prazo, para apoiar as atuais e futuras gerações. Ele é o mais importante fruto do novo modelo que propusemos para a exploração do pré-sal, que reserva à Nação e ao povo a parcela mais importante dessas riquezas.

Definitivamente, não alienaremos nossas riquezas para deixar ao povo só migalhas. Me comprometi nesta campanha com a qualificação da Educação e dos Serviços de Saúde. Me comprometi também com a melhoria da segurança pública. Com o combate às drogas que infelicitam nossas famílias.

Reafirmo aqui estes compromissos. Nomearei ministros e equipes de primeira qualidade para realizar esses objetivos. Mas acompanharei pessoalmente estas áreas capitais para o desenvolvimento de nosso povo.

A visão moderna do desenvolvimento econômico é aquela que valoriza o trabalhador e sua família, o cidadão e sua comunidade, oferecendo acesso a educação e saúde de qualidade. É aquela que convive com o meio ambiente sem agredi-lo e sem criar passivos maiores que as conquistas do próprio desenvolvimento.

Não pretendo me estender aqui, neste primeiro pronunciamento ao país, mas quero registrar que todos os compromissos que assumi, perseguirei de forma dedicada e carinhosa.

Disse na campanha que os mais necessitados, as crianças, os jovens, as pessoas com deficiência, o trabalhador desempregado, o idoso teriam toda minha atenção. Reafirmo aqui este compromisso.

Fui eleita com uma coligação de dez partidos e com apoio de lideranças de vários outros partidos. Vou com eles construir um governo onde a capacidade profissional, a liderança e a disposição de servir ao país será o critério fundamental. Vou valorizar os quadros profissionais da administração pública, independente de filiação partidária.

Dirijo-me também aos partidos de oposição e aos setores da sociedade que não estiveram conosco nesta caminhada. Estendo minha mão a eles. De minha parte não haverá discriminação, privilégios ou compadrio.

A partir de minha posse serei presidenta de todos os brasileiros e brasileiras, respeitando as diferenças de opinião, de crença e de orientação política. Nosso país precisa ainda melhorar a conduta e a qualidade da política. Quero empenhar-me, junto com todos os partidos, numa reforma política que eleve os valores republicanos, avançando em nossa jovem democracia.

Ao mesmo tempo, afirmo com clareza que valorizarei a transparência na administração pública. Não haverá compromisso com o erro, o desvio e o malfeito. Serei rígida na defesa do interesse público em todos os níveis de meu governo. Os órgãos de controle e de fiscalização trabalharão com meu respaldo, sem jamais perseguir adversários ou proteger amigos.

Deixei para o final os meus agradecimentos, pois quero destacá-los. Primeiro, ao povo que me dedicou seu apoio. Serei eternamente grata pela oportunidade única de servir ao meu país no seu mais alto posto. Prometo devolver em dobro todo o carinho recebido, em todos os lugares que passei.

Mas agradeço respeitosamente também aqueles que votaram no primeiro e no segundo turno em outros candidatos ou candidatas. Eles também fizeram valer a festa da democracia.

Agradeço as lideranças partidárias que me apoiaram e comandaram esta jornada, meus assessores, minhas equipes de trabalho e todos os que dedicaram meses inteiros a esse árduo trabalho. Agradeço a imprensa brasileira e estrangeira que aqui atua e cada um de seus profissionais pela cobertura do processo eleitoral.

Não nego a vocês que, por vezes, algumas das coisas difundidas me deixaram triste. Mas quem, como eu, lutou pela democracia e pelo direito de livre opinião arriscando a vida; quem, como eu e tantos outros que não estão mais entre nós, dedicamos toda nossa juventude ao direito de expressão, nós somos naturalmente amantes da liberdade. Por isso, não carregarei nenhum ressentimento.

Disse e repito que prefiro o barulho da imprensa livre ao silencio das ditaduras. As criticas do jornalismo livre ajudam ao pais e são essenciais aos governos democráticos, apontando erros e trazendo o necessário contraditório.

Agradeço muito especialmente ao presidente Lula. Ter a honra de seu apoio, ter o privilégio de sua convivência, ter aprendido com sua imensa sabedoria, são coisas que se guarda para a vida toda. Conviver durante todos estes anos com ele me deu a exata dimensão do governante justo e do líder apaixonado por seu pais e por sua gente. A alegria que sinto pela minha vitória se mistura com a emoção da sua despedida.

Sei que um líder como Lula nunca estará longe de seu povo e de cada um de nós. Baterei muito a sua porta e, tenho certeza, que a encontrarei sempre aberta. Sei que a distância de um cargo nada significa para um homem de tamanha grandeza e generosidade. A tarefa de sucedê-lo é difícil e desafiadora. Mas saberei honrar seu legado.

Saberei consolidar e avançar sua obra. Aprendi com ele que quando se governa pensando no interesse público e nos mais necessitados uma imensa força brota do nosso povo. Uma força que leva o país para frente e ajuda a vencer os maiores desafios.

Passada a eleição agora é hora de trabalho. Passado o debate de projetos agora é hora de união. União pela educação, união pelo desenvolvimento, união pelo país. Junto comigo foram eleitos novos governadores, deputados, senadores. Ao parabenizá-los, convido a todos, independente de cor partidária, para uma ação determinada pelo futuro de nosso país.

Sempre com a convicção de que a Nação Brasileira será exatamente do tamanho daquilo que, juntos, fizermos por ela.

Muito obrigada!

Fonte: http://www.vermelho.org.br/

7ª Bienal da UNE já tem data e local confirmados

Cidade da Copa de 2014 e Olimpíadas de 2016 recebe mais de 10 mil estudantes do Brasil e da América Latina entre os dias 18 e 23 de janeiro de 2011.

O maior e mais aguardado festival estudantil da América Latina já tem data, tema e local definidos. Dando início à série de grandes eventos que a cidade do Rio de Janeiro sediará nesta década – incluindo a Copa 2014 e as Olimpíadas de 2016 - a 7ª Bienal da UNE acontecerá entre os dias 18 a 23 de janeiro de 2011. Os seis dias de evento terão atividades culturais, científicas e esportivas espalhadas por diversos espaços da capital carioca. A principal parte da programação estará concentrada no Aterro do Flamengo, imenso complexo de lazer com projeto paisagístico de Burle Marx, e na Lapa, reduto histórico da boêmia cultural e festiva, marca característica do Rio.

São esperadas mais de 10 mil pessoas para o evento, que na sua sétima edição homenageia o samba com o tema “Brasil no estandarte, o samba é meu combate”. Segundo o presidente da UNE, Augusto Chagas, a Bienal será, como sempre, ampla e plural: “É o espaço para o encontro de todas as juventudes em suas mais diversas expressões, um evento com potencialidade de divulgar as produções artísticas e culturais dos estudantes de todas as regiões do Brasil. É, também, o momento da UNE dialogar com outras manifestações, como a ciência, a tecnologia, e o esporte, que terá papel destacado desta vez”, declara.

“Brasil no estandarte, o samba é meu combate” - Ao longo de 11 anos, as bienais já pautaram a herança africana na cultura do país, os vínculos do Brasil com a América Latina, a cultura popular e as raízes de formação do povo brasileiro. A 7ª Bienal representa um amadurecido trajeto em busca dessa compreensão. Nessa edição, a União Nacional dos Estudantes privilegia o samba como elemento icônico da brasilidade, buscando, para além da sua história musical, entender como se apresenta nas dimensões sociais, críticas e estéticas da nação.

Segundo o diretor de Cultura da UNE e coordenador-geral da 7ª Bienal, Fellipe Redó, o festival apresentará um olhar sobre o samba que ultrapassa sua imagem puramente festiva ou carnavalesca. “Nos inspiramos no gênero musical tido como uma marca de trocas sociais, uma possibilidade autêntica de valorização da brasilidade, o estilo de vida, os lugares e os personagens que fazem do samba o seu relato mais íntimo do dia-a-dia e a sua manifestação maior de combate. Muito mais do que música, samba é o jeito de viver, gingar, pensar e decidir”, reflete.

CUCA da UNE celebra 10 anos - A 7ª Bienal celebra também os 10 anos do Circuito Universitário de Cultura e Arte, o CUCA da UNE, uma das mais instigadoras experiências do movimento estudantil que foi inovadora no conceito de formação de uma rede interligada de Pontos de Cultura país afora. O CUCA, criado a partir da 2ª Bienal, em 2001, no Rio de Janeiro, retorna à cidade para comemorar uma década de valorização da produção cultural nacional no interior das universidades, reunir “cuqueiros” de todo o Brasil e propor novas frentes de ações para o próximo período.

13º CONEB da UNE - Como atividade integrada à 7ª Bienal, ocorrerá entre os dias 14 a 17 de janeiro, no Riocentro, o 13º Conselho Nacional de Entidades de Base da UNE. O CONEB é um dos mais importantes fóruns de deliberação do movimento estudantil e reunirá as principais lideranças dos Diretórios e Centros Acadêmicos de todo o Brasil. O tema em debate “A universidade necessária” vai envolver cerca de 3 mil estudantes em mesas e grupos de discussão para refletir sobre o sentido da universidade nos tempos atuais e a projeção de um novo Brasil a partir da educação.

Como inscrever o seu trabalho na 7ª Bienal - A partir de um qualificado rol de convidados e mesas-redondas, grandes atrações culturais, assim como da transversalidade de linguagens como música, cinema, teatro, arte digital, literatura e artes visuais, a 7ª Bienal da UNE se consolida como o principal instrumento para o mapeamento e difusão da cultura produzida por estudantes de todo o Brasil.

Para inscrever o seu trabalho na áreas de Artes Integradas, Música, Artes Cênicas, Artes Visuais, Audiovisual, Literatura, C&T, Mostra CUCA e Atividades Autogestionadas basta ler o regulamento da 7ª Bienal e fazer o cadastro nos formulários disponíveis no site Estudantenet. As propostas podem ser enviadas até o dia 30/11/2010 e o resultado dos selecionados será divulgado no portal www.une.org.br. Pelo Twitter @bienaldaune, os seguidores poderão acompanhar outras informações. Em breve será lançado também o hotsite da Bienal. Dúvidas poderão ser esclarecidas pelo e-mail bienal@une.org.brEste endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo. .

Por Estudantenet.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

É daqui a pouco: Ato Público dos Profissionais da Rede Municipal de Educação

A categoria dos profissionais da educação da rede municipal de Campos, irá paralisar suas atividades amanhã (21/10). A paralisação será de 24 horas, sendo que, no final da tarde será realizado um Ato Público, com saída do Auditório da FDC em direção ao centro de Campos.

A paralisação das atividades nas escolas do município foi aprovada em assembléia em 16/09 pela categoria.

Reivindicações da categoria de educação:

* Aplicação do Plano e Cargos (enquadramento por formação acadêmica; inclusão dos animadores culturais e auxiliares de secretaria, etc.);
* FUNDEB – Transparência na aplicação do recurso, sendo que, no mínimo de 60% da verba seja em remuneração mensal do profissional da educação;
* Eleição para diretores de escolas;
* Convocação dos profissionais da educação de 2008, para suprir a carência existente na rede municipal de ensino.
*Reativação das escolas fechadas em 2010, pelo governo municipal;

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Manifesto das juventudes com Dilma

Qui, 14/10/10 09h59

Em reunião, juventudes partidárias firmaram manifesto apoiando Dilma Rousseff. Confira o documento:


O primeiro turno da eleição presidencial mostrou uma grande disposição do povo brasileiro de dar seguimento as mudanças que o Governo Lula iniciou no Brasil.

A juventude protagonizou as principais mudanças históricas ocorridas no Brasil, como os caras-pintadas e as duas eleições de Lula, e nesta eleição não tem sido diferente. Os brasileiros com idade entre 16 e 35 anos representam 40% do eleitorado, e tiveram um papel fundamental neste primeiro turno, votando massivamente para o Brasil seguir mudando e para construir uma nova cultura política no país.

Agora, neste segundo turno, está nas mãos dos jovens o Brasil que nós queremos. Se voltamos para os anos em que a juventude não era levada a sério, ou se damos continuidade a este que é o governo das oportunidades para todos.

E neste momento, não podemos vacilar!

O que está em jogo neste segundo turno são dois projetos de Brasil:

De um lado, o projeto neoliberal que diminuiu a soberania nacional, vendeu o patrimônio brasileiro, sucateou a universidade pública, proibiu a criação das escolas técnicas federais e aumentou o desemprego entre os jovens. Com eles, a juventude nunca esteve tão marginalizada.

E de outro, o Brasil das oportunidades. O Brasil dos jovens no ensino superior, com as novas universidades federais, o Reuni e o Prouni; o Brasil dos jovens com qualificação e acesso ao mundo do trabalho, com as novas escolas técnicas, os milhões de empregos gerados e o Projovem; o Brasil do Pré-Sal, da Copa do Mundo e das Olimpíadas. Com Lula e Dilma, a juventude protagoniza o desenvolvimento do país.

Agora, vamos construir uma grande mobilização, mostrando o quanto esta eleição é importante para o presente e o futuro da nossa geração.

Em cada escola, cada universidade, cada praça, cada local de moradia e trabalho, a juventude vai dar o tom do segundo turno, com muitas atividades, ocupando as ruas do Brasil. Vamos realizar muitas panfletagens, caminhadas nos grandes centros urbanos, montar comitês e produzir debates nas universidades e escolas, montar bancas de divulgação nas principais praças das cidades.

Na internet, vamos movimentar as redes sociais, com um debate qualificado, sem baixarias, apresentando tudo que o Governo Lula fez para mudar a vida do jovem brasileiro para melhor, e tudo que Dilma fará para que tudo isto siga acontecendo e que tenhamos muito mais!

Vamos conquistar os votos daqueles que sabem que os demo-tucanos não representam o caminho para um Brasil melhor, mais justo, soberano e sustentável.

Vamos conquistar os votos daqueles que sonham com o Brasil melhor a cada dia, que Lula começou e Dilma vai continuar e fazer muito mais!

Agora é Dilma Presidente, para o Brasil seguir mudando com a força do povo e da juventude!

UJS-Campos: primeira força à ir para as ruas de Campos neste segundo turno

Por quê os alunos do IFF votam em Dilma?

Luana Carvalho, 21 anos, aluna do curso de Licenciatura em Ciências da Natureza: "Lula foi um ótimo presidente, acredito que Dilma também será".

Maria Eduarda, 17 anos, aluna do curso técnico de Química: "Voto em Dilma porque sou a favor da expansão das escolas técnicas e universidades federais".

Paulo Henrique, 17 anos, aluno do curso técnico de Eletrônica: "Voto em Dilma pela continuidade do governo Lula".



quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Com Ato Pró-Dilma, UJS-Campos, lança campanha de Dilma no segundo turno









Após vitoriosa campanha no primeiro turno em que a União da Juventude Socialista (UJS) de Campos declarou publicamente seu apoio à Professora Odete, hoje a entidade se antecipou, sendo a primeira força política a ir às ruas e lançar a campanha de Dilma Rousseff no município.



A concentração ocorreu às 17h no portão de acesso dos estudantes do IFF – Campus Centro. Iniciada a atividade os militantes dividiram-se entre o ponto de concentração e o semáforo da Avenida 28 de Março com Rua Barão da Lagoa Dourada, realizando adesivagem nos carros, enquanto o outro grupo abordava os estudantes, conversando e distribuindo material de Dilma.


Segundo a presidente da UJS-Campos, Gabriella Mariano, “a entidade saiu vitoriosa e fortalecida do processo eleitoral do primeiro turno e pretende manter o ritmo com atividades em locais estratégicos a fim de ampliar a vantagem de Dilma no município, principalmente entre a Juventude”.


Daqui a pouco, declarações de jovens que votam em Dilma.

Pesquisas apontam necessidade de mobilização intensa

Qui, 14/10/10 09h05

Redução de vantagem de Dilma Rousseff nas pesquisas demonstra que as atividades da militância serão decisivas no dia 31.


Depois de contrariadas todas as previsões dos institutos no primeiro turno, as novas pesquisas referentes às eleições presidenciais trazem um cenário de disputa acirrada para o dia 31 de outubro. Segundo números do Ibope divulgados na quarta-feira passada, Dilma Rousseff tem 49% das intenções de voto, contra 43% de seu adversário, José Serra. Com margem de erro de dois pontos percentuais, o levantamento traz ainda que Dilma conta com 53% dos votos válidos. Resultado semelhante apresenta o Vox Populi, que indica, no entanto, uma vantagem maior da petista, com 48% das intenções de voto e 54,5% dos votos válidos para Dilma. Nesta quinta-feira, o CNT/Sensus mostrou Dilma com 46,8% e Serra com 42,7% - o placar de votos válidos é de 52,3% a 47,7%.

Ambos os estudos foram realizados sob a influência do primeiro debate, promovido no último domingo pela Rede Bandeirantes. Dilma, segundo o Vox Populi, teve bom desempenho e, para 37% dos que assistiram ao programa, saiu vitoriosa. Mais que isso, a participação representou o início da retomada da agenda de campanha por parte de Dilma. Ela citou, por exemplo, o caso do ex-assessor tucano Paulo Preto, suspeito de ter desaparecido com R$4 milhões do caixa do PSDB e que, até 2009, foi o homem forte da Dersa em obras do governo paulista, estas também com fortes indícios de irregularidades. Assim, Dilma forçou a imprensa a tratar de assunto indigesto às redações e ao candidato preferido da mídia. Outra fala de Dilma bastante presente nas discussões políticas é o #serramilcaras, que ironiza as contradições constantes do discurso de José Serra.

Com Dilma novamente pautando o noticiário, é estratégico que a militância arregace as mangas e intensifique as atividades de campanha. Algumas delas, aliás, já foram convocadas pelas juventudes que compõem a base aliada da candidata. Na sexta-feira, dia 15, São Paulo irá contar com ato político que marcará o o lançamento das propostas Educação, Juventude e Ciência e Tecnologia: Educação de Qualidade da Creche à Pós-Graduação. Após o evento, sediado no Palácio do Trabalhador a partir das 14h, haverá caminhada e panfletaço pelas ruas da capital paulista.

No dia 18, artistas apoiadores de Dilma irão realizar encontro no Rio de Janeiro para formalizar o apoio à petista. Nos dias 20 e 22 de outubro, haverá caminhada e panfletaço nas ruas de Belo Horizonte e Porto Alegre, respectivamente – na capital gaúcha, teremos a participação da deputada reeleita Manuela d’Ávila. Já no dia 27, outra vez os cariocas vão promover grande mobilização, levando a #ondavermelha às ruas da capital fluminense.

O site Galera da Dilma concentra e divulga as principais ações. Portanto, vale ficar sempre ligado na agenda, intensificando a militância e ajudando na vitória de Dilma pelo Brasil.

Agenda:

- Dia 15, às 14h em SP: Ato Político com a Juventude para a entrega das propostas Educação, Juventude e Ciência e Tecnologia: Educação de Qualidade da Creche à Pós-Graduação. Local: Palácio do Trabalhador - Rua Galvão Bueno, 782 - Liberdade - Metrô São Joaquim. Após o evento, caminhada e panfletagem.

- Dia 18, às 20h no RJ: Ato com artistas em apoio à Dilma. Local: Teatro Casa Grande - Rua Afranio de Mello Franco, 290 - Leblon.

- Dia 20, em MG: Caminhada e panfletaço em Belo Horizonte.

- Dia 22, no RS: Caminhada e panfletaço em Porto Alegre, com a deputada eleita Manuela D’Ávila (PCdoB-RS).

- Dia 27, no RJ: Caminhada da juventude pela vitoria no Rio de Janeiro.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Era uma casa abandonada


Casa abandonada para estudante vira morada!

Campos, hoje, é um grande polo universitário. E ainda assim, nunca houve uma política pública para os estudantes que carecem de infraestrutura e incentivo. Por isso, nós Universitários (IFF, UENF e UFF) estamos ocupando a casa, por motivos acadêmicos, situada na Rua Jose do patrocínio-Centro. Esquina com a Rua Alzira Vargas.
Já que a mesma, hoje, não cumpre sua função social. Abandonada há anos, não paga impostos e serviria de grande valia para nós.
Portanto, reivindicamos:
Alojamento e casa de passagem – Mais de 50% dos alunos são oriundos de outras cidades ou até mesmo estados.
Restaurante Universitário (bandejão) – Necessitamos de um lugar onde possamos fazer nossa refeição diária e barata.
Espaços para diretórios e Centros acadêmicos – Não há nas faculdades um espaço para este fim.
Pré-vestibular social – Para que estudantes tenham acesso a um pré-vestibular gratuito e com qualidade.
Espaço Cultural – Um local para palestras, exposições, sarais, biblioteca e ações sócio-ambientais.

“Na minha escola não tem personagens, na minha escola tem gente de verdade”. Renato Russo

Foto: Blog do Núcleo

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

UJS 26 anos: quem fez e quem faz nossa história

Confira o depoimento de militantes e ex-militantes que fortaleceram a UJS nesses 26 anos de luta pelo Brasil.

São mais de 100 mil filiados, atuando em diversas frentes. Nascemos com as Diretas Já, encabeçamos os “Caras-Pintadas”, combatemos o neoliberalismo de FHC e tivemos papel de destaque na campanha por Lula em 2002. Defendemos as bandeiras da juventude e lutamos pelo Brasil. Essa é a União da Juventude Socialista, que completa 26 anos nesse 22 de setembro e que tem muita história para contar, como mostram os depoimentos abaixo.

"Militei na UJS até 2003. Com esta turma, enfrentamos os piores ataques aos direitos do povo e da juventude brasileira, durante a época do neoliberalismo tucano. Foi também na UJS que retomamos a capacidade de sonhar com o Brasil melhor, a partir da eleição de Lula em 2002. Foi por conta da minha trajetória na UJS que assumi a responsabiidade no Governo Federal para contribuir com sucesso do Governo Lula. Com certeza, será ao lado da UJS que vamos seguir avançando a partir de 2011. Quer mudar o Brasil? Não fique só na vontade! Participe da UJS."

Danilo Moreira
Presidente do Conselho Nacional de Juventude - Conjuve
Secretário-Adjunto da Secretaria Nacional de Juventude

"Quando a UJS completou 25 anos, ano passado, fizemos uma super festa, homenagem etc. e tal. No meio de toda aquela confusão, eu parei pra me perguntar o que era 'amar' a UJS. Na mesma hora meu coração sentiu uma alegria tão imensa, uma vontade tão grande de viver, de mudar o mundo, de ser jovem, de acreditar num outro futuro, que me encheu os olhos. Parei pra pensar como era possível as pessoas doarem suas vidas para um projeto como esse. Encontrei a resposta ao entender que a UJS não é só uma entidade, ela é um amor fraterno, que nos move acima de todas as dificuldades. E, se for como disse o camarada Che: 'o verdadeiro revolucionário é movido por grandes sentimentos de amor', a UJS é a expressão do nosso amor pela revolução! Parabéns por mais esse ano de luta! U-J-S!!!!

Marina Cruz
1ª Secretária da UEE-SP
Coordenadora do Coletivo Universitário Estadual da UJS “Helenira Rezende”

"Tenho 26 anos, quando eu nasci a UJS estava nascendo junto comigo. Faz 10 anos que dedico a minha vida a esta que é uma das maiores organizações de luta juvenil do país. Ser da UJS é saber que só mudamos a historia de nosso país porque a UJS faz da sua historia a luta por um Brasil diferente!"

Carlos Eduardo
Presidente da UEE-SP

“Muita força pra UJS nos seus 26 anos. Tenho muito orgulho de ter sido membro de sua Direção Nacional e mais ainda de ter representado a UJS mundo afora como Relações Internacionais. É sempre gratificante perceber como nossa juventude é reconhecida lá fora pela sua capacidade de sintetizar a alegria e a combatividade, a força e a sensibilidade na construção de um Brasil novo. Viva a UJS!”

Ana Maria Prestes Rabelo
Membro do Conselho Internacional do Fórum Social Mundial de Belo Horizonte

"Saudações, camaradas! Para mim, enquanto presidente do diretório municipal do Partido Comunista do Brasil, em Petrópolis/RJ, é motivo de muito orgulho poder saudar os integrantes da União da Juventude Socialista, a nossa querida UJS, companheira de lutas e, mais do que isso, de vitórias! Parabéns pelos 26 anos!"

Renato Freixiela
PCdoB Petrópolis/RJ


"Ser UJS é ver e amar o Brasil de uma forma diferenciada, de uma forma que só a juventude entende, vê e sente. É canalizar nossa rebeldia consequente, característica existente em todo revolucionário, pra transformar mentes e corações! Via a juventude, viva o Brasil, viva a UJS!"

Vander Rodermel
Presidente da União Catarinense dos Estudantes


"Parabéns à UJS pelos 26 anos em defesa do Brasil, da juventude e do Socialismo. Tenho orgulho de fazer parte dessa história! Aqui no Espírito Santo estamos juntos na luta por 50% do pré-sal para a educação. Podem contar comigo."

Neto Barros
Deputado estadual do Espírito Santo
"Queria parabenizar a gloriosa União da Juventude Socialista por mais este aniversário. Conheci a UJS no já longíguo final dos anos 90, época de oposição ao governo FHC. A UJS me abriu portas, fez olhar o mundo de maneira diferente e para melhor. Também via UJS, conheci muita gente, fiz amigos, não fiz inimigos (o que é muito importante), namorei, terminei, namorei de novo... Enfim, essa escola de Socialismo mudou a vida de muita gente, mudou a minha vida e, certamente, pode mudar a sua! Parabéns à UJS e parabéns a todos nós, militantes, que a construímos todos os dias!"

Fernando Borgonovi
Diretor de Organização da UJS

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Pacto pela Juventude tem novas adesões

Candidatos de todo o país assinam documento se comprometendo com as demandas dos jovens brasileiros.

Já são 22 as candidaturas comprometidas com o Pacto pela Juventude em todo o país. Durante o último mês de campanha, diversos movimentos da sociedade civil estão convocando reuniões com aspirantes aos cargos do Executivo e Legislativo das eleições deste ano para sugerir a adesão ao documento que traz uma série de demandas, cujos objetivos são voltados à consolidação de políticas públicas para os jovens brasileiros.

Entre os novos signatários estão os candidatos a governador Tarso Genro, pelo PT do Rio Grande do Sul, e Wilson Martins, pelo PSB do Piauí, os candidatos a deputado federal Manuela D’Ávila (PCdoB/RS), Hélcio Silva (PT/RS) e Pedro Eugênio (PT/PE) e os candidatos a estadual Rui Falcão (PT/SP), Raul Carrion (PCdoB/RS) e Tani Vieira (PT/SP), entre outros.

O número de envolvidos, porém, pode e deve ser maior, a fim de encorpar o movimento e manter sempre em pauta o protagonismo juvenil na agenda política. As instruções de como conseguir a adesão de seu candidato estão no site da campanha, assim como os documentos necessários para que a atividade seja contabilizada, cadastrada e divulgada.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Skatistas de Campos exibem filme no CineCufa

Skatistas, membros da organização de Campos Overcommin skateboards, exibirão seu segundo filme sobre o esporte no CineCufa, no dia 1º de setembro, no Rio.

Com espírito de aventura, skates a postos e uma câmera na mão, além de um visual alternativo, cabelos para lá de diferentes e muita coragem na bagagem, para realizar saltos e manobras mirabolantes, skatistas de Campos mostram talento e ousadia em terras cariocas. A Overcommin skateboards teve o filme “Habitat natural” selecionado para o CineCufa, Festival Internacional de Cinema. Produzido em Campos por skatistas da cidade, o filme tem duas horas de duração e será exibido no dia 1º de setembro, às 17h, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), no Rio de Janeiro.

Overcoming skateboards é uma mídia independente de skate e vídeo, fundada em 27 de agosto de 2006, em Campos dos Goytacazes, a partir daidéia de cinco skatistas, Jhony Nunes, Kelvin Klein, Nathan Duarte, Walter da Silva, Nicholas Slim. Tem como prioridade andar na rua e como objetivo, filmar e divulgar o skate campista para o Brasil, através de seus vídeos. A mídia já tem dois filmes lançados, “Nossa identidadde” (2007) e este, “Habitat natural” (2008), além de vários curtas disponíveis no Youtube.

— Neste festival rolará vários debates com cineastas brasileiros e também com o Rapper MV Bill, entre outras atrações. Para nós, participar deste festival é uma honra, principalmente, pelo reconhecimento de nosso trabalho e propósito de disseminar no país o skate campista.
Estaremos representando a cidade e esperamos poder exibir o filme também aqui, com apoio de nossos conterrâneos — declara Kelvin Klein.

Skate

Considerado um esporte radical e criativo, cuja proficiência é verificada pelo grau de dificuldade dos movimentos executados, o skate foi inven-tado na Califórnia, nos Estados Unidos da América. O praticante deve des-lizar sobre o solo e obstáculo, equilibrando-se em uma prancha denominada shape (que, em inglês, é conhecida como deck), com rodas pequenas e dois eixos de trucks.
Skatista é o nome dado ao praticante do esporte no Brasil. Em Portugal, é denominado skater.Os interessados em conferir a performance de nossos meninos skatistas e reforçar o time de admiradores do filme “Habitat natural” podem se dirigir ao CCBB, localizado à Rua Primeiro de Março, número 66, no Centro do Rio de Janeiro. A entrada é franca.

Da periferia para o mundo

O CineCufa é um festival internacional de cinema, que exibe somente produções criadas por moradores de favelas, promovendo inserção e visibilidade de novos produtores no mercado de exibição cinematográfica. O evento, que vem sendo bem sucedido, é organizado pela Central Única das Favelas (CUFA).

Reportagem do jornal Folha da Manhã

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Estudantes cobram mais avanços no ensino técnico


Mais de 500 estudantes lotaram o ginásio do Instituto Federal de Tecnologia do Rio Grande no Norte IFRN, em Natal, na manhã da segunda-feira (26), para a abertura do 11º Encontro Nacional de Escolas Técnicas (ENET).

O encontro que visa debater as principais questões referentes ao ensino técnico no Brasil, teve inicio às 10h e contou com a presença de diversos representantes e segmentos responsáveis pela qualidade e melhoria da educação pública em nosso país.

O presidente da UBES, Yann Evanovick saudou os delegados e convidados do evento. Ele ressaltou o papel fundamental da UBES na construção da democracia em nosso país e na luta diária pela qualidade do ensino médio, principal responsável por alavancar a continuidade de perspectiva do estudante em concluir seus estudos e aprofundá-los.

A presidente da Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG) também deixou um recado à plateia. Elisangela Lizardo falou da importância dos estudantes secundaristas, chamando-os de “futuros cientistas” co-responsáveis pelo progresso e futuro do país. Para ela, o desenvolvimento e o sucesso do Brasil estão relacionados diretamente aos investimentos na educação pública de qualidade. Elisangela afirmou também a importância de bolsas de iniciação cientifica para o ensino médio e tecnológico, fundamentais para que se tenha mais pesquisa, e com isso, mais empregos e mais geração de renda.


Fonte: Paulo Tonon

sexta-feira, 23 de julho de 2010

André Tokarski: Juventude, frente essencial da batalha eleitoral

Estamos na terceira semana oficial da campanha eleitoral e o tema das eleições já contagia boa parte do povo e da juventude. Os primeiros movimentos deixaram claro que vivemos uma verdadeira guerra eleitoral, de intensa disputa e combate. A juventude brasileira jamais se furtou a um bom combate e agora não será diferente.


Por André Tokarski*



É durante as eleições que a política transita com mais facilidade no dia a dia do povo. Vira assunto na escola e no trabalho, dentro de casa e na mesa do bar. Ao seu próprio modo, os trabalhadores e trabalhadoras, estudantes, jovens, mulheres, todos discutem o que pode mudar na sua vida com o processo eleitoral.

A eleição presidencial de 2010 tem características únicas, que devem servir para chamar a nossa atenção para os impactos do seu resultado. O Brasil vive um ciclo de crescimento e desenvolvimento não visto há décadas. Os êxitos obtidos com o governo Lula transformaram a vida de milhões de brasileiros e brasileiras. Em especial para os jovens, nunca vivemos um período de tantas conquistas importantes. Os sonhos da juventude estão se transformando em realidade e temos a consciência de que existe espaço para mais avanços.

Nos últimos sete anos, mais de 600 mil estudantes de baixa renda tiveram acesso ao Prouni. O Reuni dobrou o número de vagas nas universidades federais, foram criadas mais de 214 escolas técnicas federais. O Projovem beneficiou milhares de jovens com bolsas remuneradas, incentivando a volta à escola e a formação profissional. O Conselho Nacional de Juventude (Conjuve) é um espaço de debate e formulação de propostas com a participação organizada da juventude. E há duas semanas escrevemos o nome da juventude brasileira na Constituição da República.

A UJS tem propostas e compromissos com o Brasil, toda a sua militância deve se empenhar de corpo e alma na campanha eleitoral, apresentado suas propostas e mobilizando a juventude.
Devemos atuar em duas frentes:

1- denunciar com veemência o risco do retrocesso que viveria o nosso país com a eleição de José Serra. Volta das privatizações, do desemprego e da marginalização da juventude.

2- Apresentar nossas bandeiras e propostas: reconhecimento da juventude como agente estratégico do novo projeto nacional de desenvolvimento, criação do Sistema Nacional de Juventude, defesa dos 50% do Fundo Social do Pré-sal para a educação.

É no debate de conteúdo e na comparação de projetos que vamos conquistar a confiança da juventude e a mobilização social necessária para a construção de um projeto de governo mais ousado, que aprofunde as mudanças iniciadas com o governo Lula.

Por isso, é tarefa de todo militante da UJS participar ativamente das eleições, em todos os âmbitos e espaços, na escola, no trabalho, nas redes sociais, em casa… Devemos lutar para eleger Dilma, mas também nos empenharmos com muita força na eleição de governadores, senadores, deputados federais e estaduais comprometidos com as bandeiras da UJS e da juventude.

Vamos à luta!


* Presidente Nacional da UJS e membro do Comitê Central do PCdoB.

Fonte: Blog Juventude na Rede

quarta-feira, 7 de julho de 2010

PEC da Juventude é aprovada em 1º turno

Da Agência Senado

O Senado acaba de aprovar em 1o turno, por 56 votos, a Proposta de Emenda à Constituição 42/08, a chamada "PEC da Juventude". A proposta altera a denominação do capítulo VII do título VIII da Carta para cuidar dos interesses da juventude. Esse capítulo, que trata atualmente dos interesses da família, da criança, do adolescente e do idoso, passa a incluir também o jovem, conforme a PEC.

Agora, a proposta deverá submetida a mais três turnos de discussão em segundo turno. A PEC tramita em regime especial, o que garantirá que todas as sessões sejam realizadas ainda nesta quarta-feira.

Entidades representativas da juventude e dos estudantes do país acompanham a votação.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Marcelo Gavião envia recado a militância da UJS




Mas do que a experiência de ter sido por quatro anos presidente, quero registrar o fato de ter militado por bastante tempo na UJS. Tenho 30 anos e tinha 15 quando me filiei. Portanto, metade de minha vida foi vivida nessa organização, e quase tudo que eu sei, foi nela que aprendi.

Fico pensando o quanto será bom quando todo o conjunto da juventude em nosso país tiver a oportunidade que eu tive, de ter uma escola tão boa. Uma escola que forma e que ensina a valorizar o que o ser humano tem de mais valioso, a capacidade de se sensibilizar com as desigualdades do mundo e de dedicar toda sua vida a luta pela transformação que chamamos revolução. Na UJS, passamos a ter contato com valores nobres no homem, os quais a sociedade capitalista brasileira insiste em negar à imensa parcela de nossa juventude.

Na militância juvenil, ao longo desses 15 anos, ri e chorei, me apaixonei muitas vezes, amei algumas, namorei várias, num dia eu passava fome e no outro eu comia uma suculenta feijoada. Tive dias de grande felicidade e também de muitas decepções. Nesse tempo aprendi que tudo isso além de ser normal, é bom e necessário. Sempre ia dormir pensando se foi suficiente o que eu tinha feito até aquele momento, e acordava decidido a fazer ao longo dia, mais e melhor do que o dia anterior.

Tive a oportunidade de lutar ao lado de grandes combatentes, fiz muitos amigos. Fui aos poucos ampliando minhas responsabilidades. Fui de recém filiado a presidente nacional da UJS e membro do Comitê Central do PCdoB. Se por um lado essa trajetória sempre me encheu de responsabilidades, por outro, me enche de orgulho, em especial pelo fato de com a ajuda de vários companheiros, ter dado conta das várias obrigações que tive ao longo dessa trajetória.

Daqui para frente quero aproveitar bem tudo que aprendi e continuar a aprender muito mais. Enxergando que a minha opção é pra toda a vida. Vou continuar ajudando meu partido a difundir as idéias socialistas.

Se eu fosse um jogador de futebol diria que a UJS foi uma excelente categoria de base (uma escola como gostamos de falar), estaria com 17 ou 18 anos, pronto para ajudar de forma mais incisiva e abnegada.

O ato e a forma de militar na UJS me lembra um trecho do Charles Chaplin, “Se tivesse acreditado na minha brincadeira de dizer verdades teria ouvido verdades que teimo em dizer brincando, falei muitas vezes como um palhaço mas jamais duvidei da sinceridade da platéia que sorria.”

Para os que ficam na UJS, sigam com a certeza de estarem absolutamente certos no rumo e na trajetória que a entidade vem percorrendo nos últimos anos. Nenhuma outra organização juvenil soube ler, interpretar e tirar proveito com tanta correção das mudanças que o nosso país viveu desde 2002. Nenhuma! Esperemos uma UJS ainda mais protagonista nas próximas batalhas – principalmente na batalha eleitoral de outubro próximo, que com a força da juventude confirmará Dilma presidenta do Brasil.

Nunca percam a ousadia e a determinação que são características da juventude. Nunca deixem a capacidade de renovar as esperanças e se apaixonar por essa causa nobre a cada dia. E assim, conservem nossa UJS como “Uma organização amadora de ações profissionais”.

O Brasil, precisa de vocês!


Marcelo Gavião presidiu a UJS.

domingo, 27 de junho de 2010

UJS com Dilma: Pra ser muito mais Brasil

Ato reuniu 2 mil pessoas em Salvador; governador da Bahia saudou os militantes e pré-candidata enviou depoimento em vídeo, especialmente para a UJS

Em uma manhã de sol, ambientada pela boa brisa do litoral de Salvador e sob a benção batucante dos tambores baianos, a União da Juventude Socialista (UJS), que completa 25 anos, oficializou hoje (19) o engajamento em mais um desafio histórico: eleger em 2010 Dilma Rousseff a primeira presidente mulher do Brasil, a fim de continuar e ampliar as mudanças do período Lula. “A UJS foi protagonista não somente nas eleições que fizeram Lula presidente, mas também em todas as outras em que ele participou como candidato. Nosso compromisso agora é com Dilma”, afirmou o baiano Marcelo Gavião, presidente da UJS, durante um grande ato político no Centro de Convenções da capital baiana. O encontro, que integrou o 15o Congresso da entidade, teve a participação de 2 mil jovens de todo país e diversos convidados, como o governador da Bahia Jacques Wagner.

A ex-ministra, em viagem pela Europa, não pôde comparecer, mas fez questão de enviar um vídeo com um depoimento gravado para a UJS: “Quero transmitir a cada uma e a cada um de vocês a minha confiança”, disse Dilma em um dos trechos do vídeo. Com a palavra, o governador Jacques Wagner completou: “Temos de lutar pela unidade das forças de juventude nesse momento de afirmação do povo brasileiro”.

O ato em Salvador foi marcado pela demonstração de energia e disposição dos militantes – que desenharam um contagiante mar de bandeiras verde-amarelas no auditório Iemanjá – e também pela importância simbólica de unir-se no mesmo prédio que, em 1979, serviu para o lendário Congresso de reconstrução da União Nacional dos Estudantes (UNE), em resistência da juventude brasileira à ditadura.

Estiveram presentes o atual presidente da UNE, Augusto Chagas; o presidente da UBES, Yan Evanovick; o secretário executivo do Ministério do Esporte, Waldemar de Souza; o presidente do Conselho Nacional de Juventude, Danilo Moreira; a deputada federal Alice Portugal (PCdoB – BA); o deputado estadual Javier Alfaya (PCdoB – BA); o vereador de Salvador Henrique Carballal (PT); a presidente da ANPG, Elisângela Lizardo; e os representantes das juventudes do PSB (André Alves); do PT (Severine Macedo); do PPL (Gabriel Alves); do PDT (Darcy Gomes) e do PRB (Rosângela Gomes).

Bahia e Alegria
Antes do início do ato, enquanto as delegações de todos os estados se acomodavam pelo auditório e recebiam da mão das baianas a tradicional fitinha do Senhor do Bonfim, o clima de brasilidade foi celebrado com apresentações de capoeira e também pelo Bloco Afro Bancoma. O calor da apresentação, que se juntou à expectativa pelo jogo do Brasil na Copa do Mundo neste domingo, fez o Centro de Convenções literalmente tremer quando o hino nacional foi arranjado pelo grupo em uma animada versão de samba-reggae. A ela seguiram-se os tradicionais gritos de ordem da UJS, cantados pelos jovens que tiveram também as caras pintadas de verde-amarelo.

O vice-presidente José Alencar, a deputada federal Manuela D'avila (PC do B – RS) e o senador Inácio Arruda (PC do B – CE) enviaram notas de apoio ao ato. Este último citou o poeta Castro Alves e seu poema. Em um dos momentos mais descontraídos de todo o ato, o vereador Henrique Carballal chegou a cantar uma música de sua autoria e dançar uma coreografia que muito lembrou o já institucionalizado Rebolation, sob aplausos e apoio da platéia.

O governado Jacques Wagner convocou a UJS a levar essa energia para a campanha eleitoral que se estenderá até outubro: “Vivemos um momento de muita auto-estima do povo brasileiro. Mais do que uma possível vitória no Copa do Mundo, vivemos a possibilidade da vitória dos oprimidos sobre os opressores neste país”. Em outro momento, disse que “é hora de balançar as ruas com uma seleção brasileira de jovens, grupos, partidos e movimentos populares que podem fazer a diferença”.

Sim para Dilma / Não para o Retrocesso
Todos os convidados do ato ressaltaram a importância da candidatura Dilma para garantir as recentes conquistas do país, como apontou o secretário do Ministério do Esporte Waldemar de Souza: “A diferença desse projeto, que representa o que é esse governo, é que ele reconhece as entidades estudantis, sindicatos, movimentos sociais com toda a sua importância. O outro candidato, que teve uma origem no movimento estudantil, traiu a sua própria história. Nós ainda estamos aqui na luta”.

No mesmo tom, o presidente da UBES disse que o outro projeto foi aquele que acabou com as escolas técnicas e que promulgou diversas medidas provisórias de sucateamento da educação: “Esse cara não tem a simpatia da juventude. Esse cara não sabe nem dançar o 'ha muleque'”, disse Yan. Já o presidente da UNE, Augusto Chagas, ressaltando a importância da UJS nesse momento, disse que as principais mudanças do Brasil passam, primeiro pela entidade: “Quem vem a um congresso como esse descobre que na UJS há jovens do Amapá e do Rio Grande do Sul, jovens de Mato Grosso e do Ceará, há negros, brancos e índios, há heterosexuais, gays, lésbicas e travestis. Essa entidade é a cara da nossa juventude”

O presidente do Conselho Nacional de Juventude lembrou que, diferente do que ocorreu em outros governos, atualmente há no país uma política voltada a questões como a defesa da Criança e do Adolescente, redução de danos no problema das drogas e a maioridade penal. “No entanto, isso ainda não é suficiente, precisamos da mobilização da UJS para conseguir dobrar o investimento em juventude no próximo período”, falou Danilo Moreira. A deputada Alice Portugal lembrou a importância do envolvimento das mulheres na campanha de Dilma Rousseff “Conclamo todas as militantes da UJS a irem conosco”. Já o deputado Javier Alfaya, saudado aos coros carinhosos de “vovô da UJS” disse que a energia do Congresso de reconstrução da UNE em Salvador, no ano de 1979, devem agora ajudar a UJS a construir o futuro.

Todos juntos em um novo Brasil, pelo fim das opressões

Representando as luta pela igualdade racial, fim da homofobia e da violência contra as mulheres, encontro no Seminário Nacional Juventude, Participação e Políticas Públicas foi um ato contra todas as formas de intolerância

Pelo fim do racismo
A lei 10.639, que institui o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira nas escolas, foi um dos principais avanços recentes na promoção da identidade afro. Edson França apontou que o desafio, neste momento, é a sua implementação, pois as escolas e Instituições de Ensino Superior ainda são muitas vezes racistas e sua estrutura é difícil de ser quebrada, mesmo com a Lei.

Edson França elaborou sua fala elogiando também outro marco do governo Lula nessa matéria: a criação da Secretaria de Promoção de Políticas de Igualdade Racial (SEPPIR). Segundo Edson, a criação dessa autarquia representa o reconhecimento da existência do racismo em nossa sociedade pelo Estado Brasileiro, o que seria uma conquista sem precedentes, pois o Brasil cultuou historicamente o falso mito da democracia racial. “Temos cerca de 1200 órgãos de promoção da igualdade racial nas esferas municipal, estadual e racial, isto é um avanço do Estado Brasileiro nesse momento de nossa história”, disse.

Destacou também que o Estatuto da Igualdade Racial, apesar de não ser o projeto inicial proposto pelo movimento negro, representa um avanço por reconhecer, por exemplo, as religiões de matriz africana e os quilombolas. “O objetivo do racismo é promover o acúmulo da riqueza no capitalismo. Combate-se o racismo com política pública, oferecendo educação, trabalho e oportunidade”, disse. Por último, fez um apelo a UJS para endossar a luta contra o extermínio do jovem negro pela polícia.

Pelo fim do machismo
Liege Rocha destacou que, no campo do movimento de mulheres, a luta pela emancipação não é individual, mas social. A opressão sobre as mulheres começou, segund ela, com o advento da propriedade privada, quando era importante delimitar os herdeiros das propriedades, não sendo um dado natural, mas histórico. “A luta de gênero está ligada à luta de classe e tem de estar a associada à luta contra o racismo, à homofobia e toda a forma de opressão”, explicou.

Para Rocha, os desafios da luta das mulheres estão, principalmente, nas relações de trabalho, na participação política e nas mudanças do perfil das famílias. A diretora da UBM lembra que apesar das mulheres terem mais espaço no mercado de trabalho, ainda ganham em média três vezes menos que os homens. Também estão subrepresentadas nos espaços decisórios. Menos de 10% dos cargos eletivos são ocupados por mulheres atualmente. “Uma preocupação essencial que a UJS já é a participação das mulheres nos espaços de direção da entidade”, elogiou.

Avaliando o governo Lula, Liege Rocha disse que houve significativos avanços como a criação da Secretaria das Mulheres e de um Plano Nacional de Políticas para as mulheres, além da Lei Maria da Penha. “Um desafio que se apresenta à UJS é lutar pela implementação desses mecanismos”, ressaltou. Encerrando sua fala, Liege destacou a importância do protagonismo das mulheres na construção de um novo projeto de Brasil. “Tem um significado simbólico termos uma candidata mulher à presidência do Brasil que entende e defende a luta de gênero, ma s é preciso entender que não basta só ser mulher para representar a luta”.

Pelo fim da homofobia
Encerrando a qualificada mesa de debates, Loren do Coletivo E-Jovem e Denilson Alves da UNE e UJS dividiram a fala. Loren iniciou convidando oz jovens ao rompimento de toda a forma de opressão. “Para demonstrar que estou lutando contra as opressões, vou sair da bancada, que é um símbolo de opressão”, manifestou-se Loren. Depois explicou o que é o E-Jovem, uma rede nacional da juventude LGBTT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Transgêneros) que já existe há quase 10 anos e procura articular o movimento LGBTT na juventude. “Temos também uma atuação na rede virtual, através de uma rede social de jovens LGBTT, que pode ser acessada através do link www.e-jovem.com, e www.e-jovem.ning.com. Também estamos articulando a criação de grêmios, DA’s e DCE’s gays onde a inserção em núcleos estudantis “heteros” não for possível, denunciando com isso a homofobia que existe no movimento estudantil também como na sociedade”, anunciou.

Denilson continuou a exposição lembrando que a esmagadora maioria dos professores de universidades e escolas ainda não está preparado para lidar com a Diversidade e em específico a homoafetividade. Lembrou ainda a importâcia de ampliar o “Universidade fora do armário”, projeto da UNE que leva o debate antihomofóbico para as salas de aula. Encerrou reafirmando a importância da UJS ampliar sua atuação LGBTT nacional. “Podem matar vários homossexuais, relegá-los a prostituição, às drogas, como hoje acontece. Mas nunca acabarão com a primavera, enquanto continuarmos lutando, erguendo cada vez mais alto a bandeira de luta contra todas as opressões pra ser muito mais Brasil”, encerrou parodiando o Ernesto Che Guevara e arrancando aplausos da plenária.

Ao final do debate, ocorreu uma plenária da Frente LGBTT que decidiu realizar uma marcha pela afirmação da bandeira amanhã no 3º dia do Congresso. Na relatoria do Grupo de Trabalho, foram anotadas três importantes demandas: a luta pela implementação da Lei Maria da Penha; a luta pela implementação, nas escolas e Universidades, da Lei 10.639 que institui o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e a implementação do Projeto de Lei que criminaliza a homofobia.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Termina 15° Congresso; André Tokarski é o novo presidente da UJS

Cerca de 2 mil jovens participaram de quatro dias de debates, atos políticos e atividades culturais na capital baianaTerminou em Salvador, em clima de torcida pelo Brasil, o 15° Congresso Nacional da UJS.

Os cerca de 2 mil jovens, de todos os estados brasileiros, que mais tarde se reunirão para a despedida assistindo ao jogo da seleção brasileira contra a Costa do Marfim, estiveram devidamente uniformizados de verde e amarelo, na parte da manhã, para a plenária final. Foram decididas as resoluções da entidade para os próximos dois anos e houve a eleição da nova diretoria.

O goiano André Tokarski, de 26 anos, foi eleito novo presidente da UJS, um dos mais jovens da história da entidade.Tokarski admite que presidir a UJS é a maior responsabilidade de sua vida. Porém, sente-se seguro ao contar com a construção diária, de toda a militância, para o sucesso dessa gestão. “Chegamos nesse Congresso com mais de 100 mil filiados e representações em todos os estados, o que dá um pouco da dimensão do nosso alcance com a Juventude Brasileira”, declarou. Leia mais abaixo uma entrevista completa com o novo presidente da UJS.

O Congresso, que teve início na quinta-feira (17) foi marcado pela oficialização do apoio da UJS à candidatura de Dilma Roussef nas eleições presidenciais 2010. Também tiveram destaque os debates do Seminário Nacional Juventude, Participação e Políticas Públicas, realizado pelo Centro de Estudos e Memória da Juventude em parceria com a UJS.
O encontro em Salvador teve também a presença de jovens estrangeiros representando juventudes socialistas de cinco outros países: Portugal, Grécia, Venezuela, Sudão e Argentina. Os estrangeiros falaram aos congressistas, durante a plenária final, saudando a UJS.ResoluçõesNo campo das políticas para a Juventude, os congressistas defenderam que a Secretaria Nacional de Juventude, criada a partir da mobilização das entidades, ganhe status de Ministério da Juventude.

Preocupada na questão do emprego e oportunidade para os jovens, a UJS aprovou a resolução de pressionar o pode público pelo cumprimento da lei de estágio.Para educação, a UJS propôs mudanças no ensino médio para valorizarem o caráter politécnico e humanista, através de uma estrutura esportiva e cultural.
A entidade também cobrou a implementação efetiva da lei 10639, que determina o ensino da história da África e manifestações afro-brasileiras nas escolas. Em relação aos movimentos sociais, os jovens pediram a aprovação do projeto de lei que criminaliza a homofobia e decidiram por uma participação ainda mais forte da UJS no movimento LGBT.


No campo internacional, a UJS manifestou sua solidariedade ao Haiti e defendeu uma ação prolongada do Brasil no país nos campos educacionais e de combate à pobreza. Foi também manifestado repúdio ao recente ataque de Israel a um comboio humanitário que se dirigia à Faixa de Gaza. Outras resoluções aprovadas foram o desenvolvimento de uma campanha pela internet banda larga no Brasil e a participação efetiva da juventude na realização das propostas do Plano Decenal da Terceira Conferência de Esporte.

Emoção e Despedidas

Durante a plenária final, também foi realizada uma homenagem aos militantes que, após anos de participação, deixam a UJS nesse 15 Congresso, entre eles, o presidente Marcelo Gavião, que encerrou sua gestão. Ele fez questão de realizar um pequeno pronunciamento de agradecimento aos companheiros: “Esse momento sempre emociona muito quem sai e também a quem fica. Não é exagero dizer, mas vejo aqui entre os companheiros que encerram sua participação, pessoas que dedicaram, pelo menos metade de suas vidas à construção da UJS”, disse.

Entrevista com o novo presidente da UJS André Tokarski:

Como você se sente, pessoalmente tendo a responsabilidade de dirigir a União da Juventude Socialista?
Essa é a maior responsabilidade da minha vida, mas sei que, nesse momento, a minha eleição não é o mais importante para a UJS. Não é a direção que define essa entidade, e sim o conjunto da militância na luta do dia a dia. Sei que precisaremos ter muita consciência em nossas ações porque, atualmente, cria-se sempre uma grande expectativa sobre o posicionamento da UJS nas questões nacionais e muita repercussão com as suas mobilizações. Temos uma interlocução em que levamos nossas reivindicações ao presidente da república, ministros, governadores. Isso gera muita responsabilidade e eu espero contribuir da melhor forma para que a UJS cresça ainda mais.

Qual a sua trajetória nos movimentos de juventude?
Comecei no movimento secundarista em 1997, com 13 anos, quando fui a meu primeiro encontro estudantil, o congresso da UBES. Depois disso, me engajei no grêmio da escola, me filiei à UJS e me juntei à União Municipal de Estudantes Secundaristas (UMES) de Goiânia, da qual acabei sendo presidente. Ingressei na Universidade Federal de Goiânia (UFG) e lá me formei como bacharel em Direito. Durante a universidade, participei do Centro Acadêmico do Curso e fui presidente da União Estadual de Estudantes de Goiás (UEE-MG). Fui também diretor jurídico da União Nacional dos Estudantes (UNE).

Qual é, na sua opinião, o saldo do 15° Congresso da UJS?
Foi um Congresso muito importante. O tema principal “Para ser muito mais Brasil” remete a um momento de muito otimismo do país. Na nossa história recente, nunca tivemos tantas oportunidades de o Brasil dar certo em diversas áreas, incluindo-se aí a realização da Copa do Mundo e das Olimpíadas. Nós temos hoje 50 milhões de jovens no país e as resoluções desse Congresso estão muito relacionadas à mobilização desse grupo. É impossível, atualmente, que qualquer processo importante do país não passe pela juventude.

Quais deliberações foram importantes nesse sentido?
Destaco as resoluções que tivemos em defesa dos 50% do fundo social do pré-sal para a educação e em defesa do marco regulatório para as políticas públicas de juventude. Desde a década de 80, o jovem era visto como um problema social, depois houve um avanço para tratá-lo como um sujeito de direitos. Agora, nós defendemos que o jovem seja entendido como um verdadeiro protagonista nas questões nacionais. Infelizmente, ainda há muito preconceito com os jovens que são vistos como menos capazes. Precisamos mudar esse quadro.

Como será a participação da UJS na campanha da Dilma para presidência da República?
O ato de apoio à candidatura da Dilma demonstrou o prestígio da nossa instituição e a força que ela pode ter em um momento tão crucial como esse das eleições. Todos os nossos anseios, discussões, projetos dependem totalmente do resultado das eleições de 2010. Eu acredito que esse ano teremos um dos maiores desafios da história da UJS, comparado somente a momentos como o Fora Collor em 1992 e a eleição de Lula. Isso porque corremos o risco de pôr a perder uma série de conquistas dos movimentos sociais e dos jovens. O outro candidato é algo como um exterminador do futuro da juventude. Por isso, vamos com tudo para a campanha da Dilma, com a força e as propostas da UJS para a juventude, educação e tantos outros temas debatidos neste 15° Congresso.Houve uma polêmica, durante a votação das propostas na plenária final, sobre a questão da legalização das drogas.

Qual o saldo desse debate?
Primeiro, é importante dizer que a mesa de debate sobre as drogas foi uma das mais concorridas e qualificadas deste Congresso da UJS. Nosso objetivo é ampliar a discussão em torno do tema não apenas da legalização da maconha, mas sobre as drogas como um todo. Este problema, claro, diz respeito a toda a sociedade, mas, principalmente, aos jovens. Haviam três resoluções em votações. Uma dizia que a UJS deveria lutar pela descriminalização da Maconha, outra falava sobre a Legalização. A proposta aprovada, no entanto, foi a de realização no primeiro semestre do ano que vem de um seminário para ampliar o debate sobre o tema. A resolução da UJS avança no sentido da nossa entidade cobrar do Estado e da sociedade um debate sem hipocrisia. Vamos realizar este seminário e de lá sairemos com um proposta mais elaborada sobre este assunto. Assim é a UJS, existe a diversidade, debate, constrói e unifica.

Como a UJS se encaixa nesse novo perfil de juventudes do século XX?
Toda a diversidade que pôde ser vista neste Congresso consolida, um processo de trabalho que a UJS construiu com suas frentes de trabalho, como o Hip Hop e LGBT. Isso reflete também a diversidade que é a juventude brasileira, que se organiza de maneiras diferentes, mas sempre com a consciência politica. Chegamos nesse Congresso com mais de 100 mil filiados e representações em todos os estados, o que dá um pouco da dimensão do nosso alcance com a Juventude Brasileira. Além disso, ampliamos a possibilidade de contato em novos canais como a internet. É muito importante citar a criação da Rede UJS, uma rede social online que já conta com 50 mil participantes e através da qual podemos expandir a nossa luta. É importante lembrar também que esse Congresso foi transmitido ao vivo, pela internet, com um alcance maior para os companheiros que não puderam estar presentes e para todos outros jovens que venham a conhecer as ideias e propostas da UJS.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Em Salvador, congressistas reafirmam compromisso de mudar a cara da educação no Brasil

Congresso trouxe para a sala Xangô 2, do Centro de Convenções de Salvador, uma das mesas mais qualificadas neste segundo dia de atividades do Seminário Nacional Juventude, Participação e Políticas Públicas

Com o tema “Escola, Universidade e Desenvolvimento”, o debate foi mediado pelo ex-presidente da UBES, Ismael Cardoso, e teve início com a intervenção bem pontuada do reitor da Universidade Federal da Bahia (UFBA) Naomar de Almeida Filho. O acadêmico apresentou o projeto “Universidade Nova: Educação Superior e Desenvolvimento com equidade”, que vem transformando a instituição baiana em uma das mais progressistas e avançadas do país no que diz respeito à ampliação das vagas, transformação social e democratização do acesso. O seminário é realizado pela CEMJ em parceria com o Congresso da UJS.

A UFBA e o novo modelo de ensino

No período entre 2009 e 2010, a UFBA teve recorde de candidatos inscritos (54.460) e recorde de vagas oferecidas: foram 7.996, sem contar as 450 vagas no Programa de Formação de Professores. “Sabendo da necessidade dos novos alunos pelos cursos noturnos, disponibilizamos 1.600 vagas noturnas das 5.800 nos cursos de Progressão Linear existentes; 200 vagas noturnas das 380 nos cursos de progressão novos e 900 noturnas das 1.380 vagas dos Bacharelados Interdisciplinares”, disse Naomar.

O reitor falou ainda que a nova modalidade de curso superior, o Bacharelado Interdisciplinar, ou BI, foi criada pela UFBA para evitar a profissionalização precoce e especializada. “Além disso, o modelo traz um regime curricular de três ciclos, visando diversificação e racionalização dos modelos de formação profissional acadêmica. O modelo inclui também o ajuste da arquitetura acadêmica da graduação e da pós-graduação e as novas modalidades de processo seletivo”, explicou. As áreas de concentração do Bacharelado Interdisciplinar são Artes, Humanidades, Ciência e Tecnologia e Saúde, que envolvem disciplinas como poéticas das culturas orais, estudos de gênero, ciências da terra e do mar e saúde coletiva.

Transformar o ensino secundarista

Essa nova universidade, que vem se desenhando através de projetos como o da UFBA, passa também pela discussão de um novo modelo para o ensino secundarista. O presidente da UBES, Yan Evanovick, aproveitou o momento para fazer uma avaliação das conquistas que os estudantes brasileiros tiveram nos últimos anos. “Há alguns anos, a UBES lançou a “Cartilha da Nova Escola”, documento com doze pontos de reivindicações essenciais para mudar a cara do ensino básico. Conquistamos, se não me engano, onze deles. Por isso, esse Congresso fica mais importante se pensarmos a necessidade de elaborarmos uma nova plataforma educacional ara avançarmos na nossas propostas”, disse.

Yan fez uma fala também focada na importância do ensino técnico profissionalizante no país. “Os Ifets são escolas do socialismo. São espaços amplos, que acolhem a juventude com não apenas educação, mas arte, cultura, esporte e ciência”, observou. O presidente da UBES lembrou ao público que os debates sobre educação e trabalho são os mais movem a juventude nos dias atuais. “O ensino médio precisa passar por uma profunda e radical transformação. Não dá mais para se pensar só nos vestibular. Antes era Pré-vestibular, agora já tem até Pré-Enem”, criticou.

Soberania Nacional

Dando continuidade à discussão, presidente da UNE destacou a proximidade entre os temas desenvolvimento nacional e educação, ressaltando o crescimento do Brasil nos últimos anos, principalmente o posicionamento no cenário internacional. “Hoje, não nos curvamos mais para media dúzia de potências”, afirmou. E reforçou: “A educação precisa ser prioridade porque, ao mesmo tempo que temos um desenvolvimento considerável, ainda olhamos para números como 14 milhões de analfabetos e uma média escolar de apenas 7 anos da população adulta, também sabendo que mais da metade dos nossos jovens estão fora escolas e apenas 25% chegarão às universidades”, observou.

Durante o debate, ficou claro que as mudanças precisam alcançar todos os níveis da educação, inclusive, após a universidade. A recém eleita presidente da ANPG (Associação Nacional dos Pós Graduandos), Elisangela Lizardo, deu início à sua participação na mesa com um ponto importante: “Não podemos mais importar tecnologia da forma como é feito, sem contrapartida”, disse. Para a jovem, “a pesquisa, a tecnologia e a ciência no país devem ser voltadas para acabar com as desigualdades sociais, distribuir renda, emancipar e empoderar o povo”.

Pré-sal:conquista de todos

Os presidentes das três principais entidades de representação dos estudantes brasileiros se uniram ao falar da vitória na bandeira dos 50% do Pré-sal para a Educação. A campanha vitoriosa vem sendo encampada por UNE, UBES e ANPG desde o ano passado, com cartilhas, camisas, adesivos e, principalmente, passeatas por todo o Brasil. “Essa foi uma conquista de todos nós”, disse Yan. “Juntas, as entidades conseguiram mobilizar e pressionar os senadores”, falou Augusto. “A ANPG se incorpora nessa e em tantas outras lutas para a melhoria e a busca de mais investimentos na educação”, concluiu Elisangela.

Da polêmica ao avanço: Debate sobre as drogas movimenta o Congresso

Com muitas ideias, intervenções, propostas próximas ou contrárias, jovens discutem temas como a legalização da maconha


Um desafio foi lançado hoje (sexta), no auditório Oxalá 2 no Centro de Convenções de Salvador onde acontece o Seminário Nacional Juventude, Participação e Políticas Públicas, atividade realizada pelo CEMJ em parceria com o Congresso Nacional da UJS. Ao final da mesa “A atual política de drogas e seu impacto na vida juvenil”, uma pergunta feita pelo coordenador da Marcha da Maconha, Renato Cinco, aos jovens participantes, mostrou por onde esse debate deve passar, no atual momento do Brasil.

Cinco questionou se a questão das drogas deve ser tratada do ponto de vista individual e da saúde do sujeito ou do ponto de vista do problema social do tráfico e da criminalização das minorias. Além de deixar a reflexão no ar, a pergunta resumiu em si os principais pontos que estiveram na pauta de um dos mais movimentados encontros do Congresso até agora.

Além de Renato Cinco, estiveram na mesa o psicólogo e mestre em saúde coletiva pela UFBA Milton Barbosa e o diretor da UNE Daniel Iliescu. O coordenador da Marcha da Maconha, que defende a discriminalização dos usuários e a legalização da substância, relacionou a proibição da maconha à perseguição racial no início do século XX: “O departamento de repressão ao uso era chamado 'Departamento de Controle de Tóxicos e Mistificações' e também pretendia acabar com as religiões afro-brasileiras, que muitas vezes utilizavam a maconha em seus rituais”, disse.

Drogas e Capitalismo

Segundo ele, a política de controle, com origem racista, atualmente atende a uma postura de opressão às classes menos favorecidas: “Se um adolescente rico é flagrado com algumas gramas da droga, é encaminhado para um clínica, tratado como vítima. Se um adolescente negro e favelado é apanhado com a mesma quantidade, é preso como traficante”, exemplificou.

O professor Milton Barbosa, que mostrou-se menos simpático à ideia da legalização, trouxe para o debate o problema da dependência química e seus efeitos sobre o indivíduo: “A sociedade capitalista se impõe através da sacralização do prazer e da sua transformação em consumo. Ela precisa criar dependências", disse. Segundo ele, o principal avanço dessa questão, atualmente seria ampliar o debate sobre o que são as drogas e quais são os seus efeitos.

Propostas
Os jovens, que participaram ativamente com perguntas, opiniões e propostas, dividiram-se no que diz respeito à legalização. Alguns acreditam que o caminho, atualmente, passa apenas pela discriminalização do usuário. Outros entendem que a legalização da maconha pode ser o grande passo para evitar as mortes de milhares de jovens no país, enfraquecendo o tráfico e regulando o uso da substância. Propostas diferentes sobre o tema foram encaminhadas à mesa para sistematização e devem ser contempladas durante a plenária final do Congresso neste domingo.